sexta-feira, 6 de abril de 2012

Remadores do Último Porão - Reflexão



     O escritor José Rodrigues, em seu livro A Ação da Cruz, salienta de forma emocionante o perfil de um escravo do último porão na época do Império Romano. Vejamos um sucinto comentário feito a seguir pelo Pastor J. Rodrigues:
        A língua grega apresenta pelo três variantes para palavra servo, ou, originalmente falando, escravo.  Uma delas é a palavra upêdêtê.  A que classe pertencia este tipo de escravo? Os  “upêdêtês” faziam parte de uma classe de escravos condenados à morte pelo Império Romano.  A sentença para esses condenados era de que deveriam remar até  à morte. Estes escravos chamados também de “remadores do último porão”.
     “Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, com se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens”.  (1 Coríntios 4.9)
        Você pode imaginar qual palavra grega o apóstolo utiliza para empregar o termo  “ultimo lugar” neste texto? O termo utilizado ali é exatamente a palavra upêdêtê, “escravo do último porão”. 
        Como podemos ver, o apóstolo Paulo, de alguma forma, está se comparando àquele escravos das profundezas dos navios mercantes.  Tal comparação torna-se mais evidente, quando lemos o restante do verso e notamos o termo como se fossemos condenados à morte. Com essas duas citações, Paulo não poderia estar pensando em mais nada,  a não ser naqueles escravos condenados à morte.  Além disso, a palavra espetáculo nos dá mais indicações.  Em Roma, para diversão do povo, os escravos obrigados a participar dos jogos, onde deveriam lutar  com gladiadores até a morte.  Em tais confrontos, existia apenas uma com vida.  Para os romanos, nenhum espetáculo era mais animador do que ver a cabeça de um condenado rolar pela arena após um combate mortal.  Por tudo isso, Paulo escreve pensando naqueles escravos. 
        Escravo não deve viver em busca de elogios ou agradecimentos; escravo é escravo. Sua vida resumi-se em diminuir em favor do crescimento de Cristo. Esta é a filosofia da cruz, consequentemente, o  caminho da glória eterna. Assim agem os verdadeiros servos: não fazem questão de serem vistos ou de terem seus nomes citados. Talvez os atos desses homens  nunca serão reconhecidos. Mas, nas galerias celestiais, eles brilharão como o sol na força do meio dia. (Ler Jo 3.30; Sl 115.1).

No serviço do Mestre, Sandro Gomes . E-mail: prsandrogomes@ig.com.br

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